07/10/2012: Grêmio 2x1 Cruzeiro

sábado, 6 de outubro de 2012



GRÊMIO-RS 2 x 1 CRUZEIRO
Motivo: 28ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data: 06/10/2012 (sábado)
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Árbitro: Jaílson Macedo de Freitas (BA)
Público: 31.560 presentes
Gols: Anselmo Ramón, aos 27 minutos do primeiro tempo; Marcelo Moreno, aos 22 do segundo tempo e Marquinhos aos 32 minutos da etapa final
Grêmio Marcelo Grohe; Pará, Werley, Naldo e Anderson Pico; Souza, Marco Antônio, Elano (Marquinhos) e Zé Roberto (Leandro); Kléber e André Lima (Marcelo Moreno).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Cruzeiro Fábio; Ceará (Diego Renan), Léo, Thiago Carvalho e Everton; Leandro Guerreiro, Diego Árias (Souza), Marcelo e Montillo; Anselmo Ramón e Borges (Matheus).
Técnico: Celso Roth
Cartões Amarelos: Souza, Marcelo Moreno (Grêmio); Léo, Thiago Carvalho (Cruzeiro)

Crônica do jogo

O temporal que alagou ruas e deixou milhares de porto-alegrenses sem luz na noite deste sábado deu um tempo após o intervalo de Grêmio x Cruzeiro. Isso porque, naqueles próximos 45 minutos, quem iria fazer chover seriam os reservas de luxo de Luxemburgo. Com a marca dos três jogadores que entraram em meio à partida, o clube gaúcho virou sobre a Raposa no Olímpico, pela 28ª rodada do Brasileirão.
O placar de 2 a 1 (iniciado por Anselmo Ramon e alterado pelos gremistas Marcelo Moreno e Marquinhos) estanca uma incômoda sequência de três empates e ainda mantém o Grêmio três pontos à frente do Vasco. É o terceiro, com 53. O Cruzeiro, no entanto, está envolto em mais apuros, completando uma série de sete partidas sem vitória. O time de Celso Roth caiu para a décima colocação, com os mesmos 36 pontos.
Pela 29ª rodada, os compromissos dos dois azuis serão com rivais de áreas mais modestas da tabela. O Grêmio vai a Ilha do Retiro, onde enfrenta o Sport, 17º colocado, às 21h de quinta-feira. Já o Cruzeiro joga na quarta, às 19h30, contra a Portuguesa, alojada na 11ª posição, em Minas Gerais.
        
Raios e trovões: Grêmio perde Elano

Mais do que anunciar o início da partida, o apito de Jailson Macedo Freitas também trouxe a chuva. Raios, trovões e muita água no Olímpico. O que não tirou o ímpeto do Grêmio. Com menos de 1 minuto, Elano cobrou falta e obrigou Fábio a pular na chuva em grande defesa. Com o campo pesado, veio a primeira má notícia para os donos da casa. O mesmo Elano que levara perigo sairia dez minutos depois, com dores na coxa direita. Em seu lugar, entrou Marquinhos.
Assim como a chuva, o Grêmio seguia forte, insistente. A mudança tática, com apenas um volante e três meias (Marco Antonio na vaga de Fernando), deu mais mobilidade ao meio-campo. Sem marcar desde 13 de setembro, na última vitória do clube gaúcho no Brasileirão, Kleber também estava elétrico como um dos tantos raios descarregados nos arredores do bairro Azenha. Aos 16, após envolvente jogada dos meias azuis, o Gladiador emendou bom giro, mas o chute saiu à esquerda de Fábio. Aos 23, foi a vez de Marco Antonio arriscar, de média distância, confiando no gramado encharcado. Mas Fábio agarrou.

Chute de Anselmo Ramon cai no lugar certo

Quem se deu bem ao tentar arremate de fora da área foi Anselmo Ramon. Ainda tímido no campo de ataque, o Cruzeiro chegou para resolver. O atacante fez jogada individual e, do bico da área, mandou foguete cruzado, que nem o aguaceiro e os tantos pés à frente de Marcelo Grohe foram capazes de apagar: 1 a 0, aos 26 minutos.
Ainda aturdido com o revés, o Grêmio respondeu sem a mesma organização do início do jogo. Optou pela via aérea. André Lima, que começara como titular devido à amigdalite de Marcelo Moreno, cabeceou com estilo, mas, novamente, parou nas mãos de Fábio, aos 29. Era a sexta finalização tricolor contra duas dos mineiros, estes bem mais efetivos e que rumaram ao vestiário em vantagem no placar.
- A gente tem que tentar finalizar melhor - receitou Kleber, poucas palavras, ouvindo as vaias do torcedor para o seu time parcialmente derrotado.
- Houve empenho de todo mundo, estamos todos atentos, nos dedicando, dividindo e atentos na marcação. Se Deus quiser, a gente vai continuar dessa forma para não sofrer gol e sair com a vitoria - elogiou Fábio, uma muralha de luvas na etapa inicial.

Após vaias, torcida joga junto
A chuvarada reservou uma nuvem negra somente para Vanderlei Luxemburgo no primeiro tempo. Bastante irritado com os erros e as chances perdidas, o técnico agiu no intervalo. Tirou o capitão Zé Roberto e colocou Leandro, por mais velocidade.
- Vou jogar pela esquerda, como sempre - definiu o garoto, 18 anos.
Se a chuva havia começado com o início do jogo, terminou quando o relógio passou a girar na etapa final. A pressão do Grêmio, no entanto, seguiu, inabalável. Aos 5 minutos, Kleber foi agarrado por Thiago Carvalho na meia-lua. O zagueiro levou cartão amarelo, o mesmo que ocorrera com seu colega de setor Léo, aos 2 minutos, também por falta no Gladiador. Na cobrança de Marco Antonio, aos 7, a bola encontrou a trave.
Após vaiar a equipe no intervalo, os torcedores do Grêmio mudaram a postura. Incentivavam a cada lance, fiscalizaram até o bandeirinha quando este assinalou um impedimento oriundo de lateral, o que inexiste na regra. Aos 12 minutos, o clima esquentou de vez em campo, após Anderson Pico não devolver a bola colocada propositalmente para a lateral pelo Cruzeiro. Até Roth, que lançara o lateral em 2008, entrou na discussão.

Banco decide, e Grêmio vira
Confusões à parte, o Grêmio diminuiu à metade o gramado do Olímpico. Apenas o lado de defesa do Cruzeiro era usado. As chances se avolumavam, a ponto de, aos 18 minutos, Fábio precisar saltar no canto para salvar cabeceio de Souza após escanteio.
O caminho da roça era mesmo pelo alto. Mas não por cruzamento. Com uma bela cavada, Marco Antonio furou a retranca celeste e ofereceu a chance de ouro para Moreno. Cinco minutos depois de ingressar no campo, o boliviano não desperdiçou diante de seu ex-clube. E também usou a bola por cima para encobrir Fábio: 1 a 1, aos 21.
O gol acionou o alerta do Cruzeiro. Celso Roth sacou Borges e levou a campo um zagueiro, para segurar o resultado. Curiosamente, depois da troca, aos 31, Montillo jogou fora grande chance ao chutar fraco nas mãos de Marcelo Grohe.
A chance perdida custaria caro. Após dois minutos, Leandro arrancou pela esquerda, no setor em que prometera agitar, e finalizou no chão. Fábio soltou e Marquinhos, outro egresso do banco, decretou a virada. Uma conquista dos 'reservas' de luxo, de Luxa, da torcida. E que deixa a vaga à Libertadores cada vez mais sólida. Tanto que nem um temporal fora capaz de furar.