19/03/2006: Cruzeiro 2x2 Atlético MG

domingo, 19 de março de 2006



Atlético -MG 2x2 Cruzeiro
Motivo: Semifinal do Campeonato Mineiro
Data: 19/3/2006
Local: Mineirão
Público: 42.171 pagantes
Renda: R$ 512.385,00
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas
Gols: Francismar, aos 7 min, Rodrigo Dias aos 22 min e Gil aos 39 min do primeiro tempo; Ramon, aos 30 seg do segundo tempo
Atlético-MG: Bruno; Marcos, Leandro Castan e Lima; Rodrigo Dias (Rodrigo Silva), Rafael Miranda, Márcio Araújo, Everton (Éder Luís) e Vicente; Ramon e Tiago Cavalcanti
Técnico: Lori Sandri
Cruzeiro: FábioJonathanMoisésEdu Dracena e Júlio CésarJonilsonFábio SantosFrancismar (Kerlon) e Leandro BomfimGil, e Élber (Diego) (André Leone)
Técnico: Paulo César Gusmão
Cartões amarelos: Francismar e Diego (Cruzeiro); Ramon, Leandro Castan e Márcio Araújo (Atlético)
Cartão vermelho: Leandro Bomfim


Em jogo quente, Atlético-MG e Cruzeiro empatam a 1ª semifinal
Do Pelé.Net
Em Belo Horizonte

O primeiro clássico da semifinal do Campeonato Mineiro, neste domingo, no Mineirão, manteve a tradição que cerca o jogo. Foi bastante disputado, em alguns momentos tumultuado, em outros jogado com boa técnica e cheio de lances polêmicos, sem faltar as reclamações contra a arbitragem. No final, o empate em 2 x 2 deixa indefinida a disputa pela vaga à decisão do Estadual, cujo segundo confronto será no próximo domingo.
O Cruzeiro, que terminou em segundo lugar na fase de classificação, continua com a vantagem contra o eterno rival, terceiro colocado, e garante presença na final com outro empate no próximo clássico. Já o Atlético só poderá continuar a busca pela quebra do jejum de títulos que já dura quase seis anos, se vencer a Raposa, por qualquer placar.

Apesar de ter ficado à frente do placar duas vezes e permitir o empate atleticano, o resultado de 2 x 2 foi mais favorável ao Cruzeiro, que atuou todo o segundo tempo com um jogador a menos, em função da expulsão do meia Leandro Bomfim, aos 44min. O Atlético conseguiu o empate, quando tinha 11 contra 10, mas embora tenha pressionado muito não teve força para chegar à vitória.

O clássico, que durante a semana teve muita polêmica com a tentativa do Atlético de usar o túnel da direita das cabines de rádio e televisão, tradicionalmente ocupado pelo Cruzeiro, que garantiu o seu lugar, teve um primeiro tempo de melhor futebol. No segundo, com 10 jogadores, a Raposa mais se defendeu e buscou administrar o empate, que mantinha a sua vantagem.

Dois jogadores se destacaram no clássico. Gil, pelo Cruzeiro, e Ramon, pelo Atlético. Cada um marcou um gol para o seu time e foram as principais peças ofensivas das suas equipes. Gil se destacou mais na etapa inicial, quando jogou como atacante, com mais liberdade, entendendo-se bem com Élber. Já Ramon marcou o seu gol na etapa final e fez boas jogadas individuais.

Tumulto e expulsão
Depois de uma chuva insistente, que caiu por cerca de duas horas na região da Pampulha, na tarde deste domingo, o clássico mineiro começou sob um sol fraco, que contribuiu para esquentar ainda mais o jogo em seu início. Logo que a bola rolou, o Galo partiu para o ataque com muita sede ao pote. O ímpeto atleticano, no entanto, durou pouco. O Cruzeiro soube aproveitar os espaços cedidos pelo adversário e abriu o marcador.

Aos 8min, Gil, que vinha atuando como meia e que desta vez foi escalado em sua posição de origem, no ataque, fez boa jogada pela esquerda, driblou Lima, tabelou com Élber e chutou na saída de Bruno, que salvou com os pés. No rebote, o meia Francismar, totalmente livre, colocou a bola nas redes. A festa da torcida celeste foi grande no Mineirão, que recebeu um público muito bom.

Os minutos seguintes foram de domínio cruzeirense. Depois de sofrer o gol, o Atlético se desorientou e cedeu espaços ao adversário, que partiu para a pressão e conseguiu, quatro escanteios em 13min. Aos poucos, no entanto, o time de Paulo César Gusmão recuou, reduzindo o seu ritmo. Era do que precisava o Atlético para ensaiar uma reação.

O jovem Ramon, que recebia uma marcação implacável do volante Jonílson, conseguiu criar boas jogadas, mas o empate surgiu, aos 23min, quando o atacante Thiago Cavalcanti fez boa jogada pela direita e rolou para o jovem ala Rodrigo Dias, como um centroavante, empatar a partida. Aí foi a vez do Galo assumir temporariamente o controle do clássico.

Não durou muito. O Cruzeiro voltou a jogar com Gil, pela esquerda, e o ex-corintiano desequilibrava, levando vantagem sobre os seus marcadores. Aos 39min, o hoje camisa 11 - nas partidas anteriores atuava com a 10 -, iniciou a jogada, tocou para Élber, que devolveu a bola na medida para Gil desempatar o jogo, diante da saída de Bruno.

Três minutos depois, houve um tumulto. O meia Leandro Bomfim deu uma entrada dura no lateral-esquerdo Vicente, levantando muito o pé direito. Foi cercado imediatamente por vários jogadores atleticanos, e houve muito empurra-empurra, entre os atletas dos dois times. O camisa 10 da Raposa acabou expulso, para desespero dos cruzeirenses. O capitão Edu Dracena foi para cima do árbitro Álvaro Quelhas, esbravejando.

A partida ficou interrompida cerca de três minutos. No intervalo, os cruzeirenses reclamaram muito da arbitragem. Para o presidente do Cruzeiro, Alvimar de Oliveira Costa, Álvaro Quelhas quis fazer média com a diretoria do Atlético, que ao longo da semana fez muita pressão. "Para fazer média, ele (o árbitro) expulsou o Leandro Bomfim, que foi imprudente, mas merecia, no máximo, um cartão amarelo", afirmou o dirigente.

O goleiro Bruno, do Atlético, deixou o gramado xingando o trio de arbitragem, aos gritos, por causa da não marcação de um impedimento no lance do segundo gol cruzeirense, que não existiu. O lance foi legal. Para o vice-presidente de Futebol do Galo, Sérgio Coelho, a arbitragem foi normal e a expulsão justa. "Qualquer juiz expulsaria o jogador naquela situação", disse.

O empate do Galo

O Atlético voltou para o segundo tempo com a entrada do jovem atacante Éder Luís, no lugar do volante Éverton, para tentar aproveitar a vantagem de um jogador a mais. "O professor Lori pediu para pegar o time deles lá em cima e jogar com velocidade, para empatar e tentar virar o jogo", afirmou o atleticano.

No Cruzeiro, Paulo César Gusmão recuou Gil para ajudar na armação de jogadas. De acordo com Edu Dracena, o time celeste iria precisar de tranqüilidade e determinação para superar a desvantagem numérica. "Se cada jogador der mais 10%, vamos compensar a falta do nosso companheiro", observou o zagueiro e capitão cruzeirense.

Com menos de um minuto, o Atlético empatou. Éder Luís, em seu primeiro lance, deixou Ramon livre na área. O jovem camisa 10 atleticano driblou Fábio e tocou para as redes. O Cruzeiro só ameaçou na etapa final, aos 5min, quando Élber ganhou de cabeça dos marcadores, mas mandou a bola para fora. Aos 7min, Moisés trombou com Fábio e caiu de mau jeito, dando um susto aos seus companheiros. Pouco depois ele voltou ao jogo, recuperado.

Com um jogador a mais, o Galo era só pressão e o Cruzeiro mais se defendeu do que qualquer outra coisa nos primeiros 20 minutos. Em vários momentos, a partida era quase um teste entre ataque e defesa. A partir da entrada do jovem Diego, no lugar do isolado atacante Élber, a Raposa voltou a ter mais condição de contra-ataque, por causa da velocidade do atacante celeste.

Na base do contra-ataque, Gil teve grande chance de desempatar, aos 25min, mas desperdiçou a oportunidade, quando chutou para fora. Aos 28min, PC colocou o jovem Kerlon, em campo, atendendo aos pedidos da torcida celeste e possibilitando o encontro com Ramon, amigos e companheiros da Seleção Brasileira Sub-17. Com as mudanças o Cruzeiro voltou a equilibrar o jogo.